segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

HISTORIAL DA BANDA MUNICIPAL PAULENSE

A 4 de Setembro de 1874, nascia na freguesia do Paúl do Mar, uma Banda de música, talvez organizada “por uma reunião familiar, uma vez que a Presidência da mesma era feita segundo uma certa hereditariedade, ou seja, de pai para filho”. Não há certezas de como surgiu a ideia de formar uma Banda no Paúl do Mar.

Esta Banda, inicialmente, denominada Filarmónica Paulense, passou posteriormente, a designar-se por Banda Municipal Paulense. Julga-se que os membros fundadores da Banda foram Manuel Gonçalves Jardim e possivelmente o Mestre Arcénio. Certo é que o primeiro Presidente da Banda foi Arcénio Santana e também o seu primeiro Mestre, que depois passou o testemunho para Arceninho/seu filho). Depois a responsabilidade da Banda ficou a cargo dos Coitos. Assim, o terceiro Mestre foi António Coito, o quarto Manuel Bernardo Coito Andrade e o quinto novamente, António Coito. Mais recentemente foram Mestres; o Manuel Balelo de 1982 a 1992 e João Pedro Gomes Fernandes, que se mantém nestas funções desde Janeiro de 1993.

No início, eram vestidos de branco e segundo Luíza Clode, muitos instrumentos foram oferecidos por um Príncipe russo, no entanto os fundos para a manutenção da Banda(dos instrumentos ou do vestuário), eram adquiridos através dos Amadores da Banda(que em 1950 contribuíam com 2$50). A Banda deslocava-se às casas desses Amadores com o intuito de receber alguma ajuda e em troca tocava serviços fúnebres sempre que um Amador ou uma pessoa da família deste morria. Os Amadores tinham uma quota fixa, mas em caso de necessidade, eles davam mais dinheiro e em contrapartida a Banda tinha de ir à casa destes na primeira oitava de Santo Amaro, que é a principal festa religiosa da freguesia. De salientar, também, que no dia 1 de Dezembro(dia da Restauração) e no 1º dia do Ano, a Banda saía às ruas da freguesia para assinalar esses dias festivos.

A Banda tinha muitas actuações, tanto em arraiais como em cerimónias, como seja; casamentos entre outros. As deslocações eram feitas com muitas dificuldades, pois tinham de se deslocar a pé pelas veredas, quando se tratava de actuações no Concelho da Calheta ou nos Concelhos vizinhos e através de barco, para lugares como o: Porto Moniz, o Seixal, ou o Porto Santo( numa viagem feita a 12 de Junho de 1946 e outra entre os dias 7 e 15 de Agosto de 1973 para as Festas da “Senhora da Piedade e da “Nossa Senhora da Graça”).Quando a deslocação era longa, dormiam na casa das Feiteiras ou nos palheiros e levavam uma camisa branca de reserva para trocar pela que estava suja; a alimentação era feita na maioria das vezes através de uma merenda que levavam ou de comida dos festeiros, quando estes os convidavam e numa vez por outra por uma cozinheira que acompanhava a Banda. As deslocações por vezes proporcionavam acontecimentos caricatos. Numa dessas deslocações, uma cerimónia de casamento foi adiada por um longo período de tempo, porque um familiar dos noivos se encontrava numa deslocação da Banda e era dada muita importância à presença dos familiares neste tipo de cerimónias.

No entanto, outros episódios curiosos ocorriam; sempre que um elemento novo entrasse na banda era praxado. Outra história refere que o Sr. João Joaquim de Jesus, cego desde os três anos, aprendeu música numa escola do Funchal, vindo mais tarde, a transmitir os seus conhecimentos a elementos da Banda e, ainda, componha algumas músicas e letras para a Banda tocar. Depois havia as bebedeiras que provocavam brigas entre músicos de Bandas diferentes. Num desses episódios, aconteceu um despique com a Banda de Santa Cruz, na Fajã da Ovelha, em que um músico pegou num Clarinete e no cimo de uma árvore tocou a “Marcha Fúnebre” à Banda de Santa Cruz. Noutra situação, um músico bêbado, com a maceta do bombo partiu as lâmpadas do coreto, pelo que a Banda teve de actuar às escuras. As rivalidades eram tantas com certas freguesias, que a partir de 1962, e até ao actual momento, a Banda deixou de actuar no Estreito da Calheta e no Jardim do Mar. Nesta antiga rivalidade com o vizinho Jardim do Mar, um desses episódios relaciona-se com a entrada de um jardineiro(único até hoje) na Banda, o Sebastião, que por ser desse lugar era alvo de troça de todos os pauleiros.

Ao longo dos tempos a Banda Municipal Paulense, tem sentido dificuldades, algumas vezes, de perigo de extinção, devido principalmente à emigração. À procura de melhores condições de vida, quase todos os elementos da Banda emigram(Panamá, Samoa, México, Estados Unidos, Venezuela, Equador, Africa do Sul, Austrália e mais recentemente para a Inglaterra) e assim sendo a Banda está em constante renovação e tem sempre uma média de idades muito nova. De referir que a Banda conta, actualmente, com 25/30 elementos.

PS: A Banda Municipal Paulense, festeja este ano, cento e trinta e cinco anos de existência, pela qual é uma marca memorável, motivo de alegria e orgulho para um povo persistente que não quer deixar morrer as suas tradições e valores e é também um símbolo da Região Autónoma da Madeira, pela sua perseverança e contributo à Cultura Regional, pelo ensino dos jovens através da música e, principalmente, pela alegria que transmitiu ao povo, ao longo de cento e trinta e três anos de vida e sempre às suas custas.

Contudo, para que se dê continuação a este serviço prestado e à evolução da Banda, esta necessita e procura outros apoios que lhe são devidos, pois representa um autêntico ex-libris do Concelho mais oeste da Madeira, ou seja, da Calheta.

Historial cedido gentilmente pelo Chefe da Banda João Pedro Fernandes

6 comentários:

  1. Cedido gentilmente pelo chefe da banda??? Até custa a aceditar!!

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  2. Acreditem ou não este historial foi mesmo cedido pelo chefe da Banda João Pedro Fernandes afim de rectificar ou alterar pequenos detalhes que tinham sido publicados anteriormente... Agradeço antes de mais a sua visita!!

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  3. Historial cedido gentilmente pelo chefe da banda João Pedro Fernandes...

    TANTO MISTERIO PARA SABER O DONO DESTE BLOG DEPOIS DE VER UMA FRASE DESTAS SO PODE SER ALGUEM MUITO PROXIMO DO CHEFE JOAO PEDRO...

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  4. lito tas te a referir ao telmo?

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  5. João Pedro Fernandes disse...
    Está marcado para hoje às 20h30 o primeiro ensaio para o encontro de bandas a realizar-se em 18 de Outubro na Ribeira Brava.

    Com as maiores saudações artísticas

    João Pedro Fernandes
    ker dizer o chefe publica uma noticia mas nao diz k o blog existe...

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  6. Acho difícil que o Mestre da Banda tenha cedido a história da mesma. Primeiro de tudo a organização do blog esta mal feita. As fontes bibliográficas devem estar identificadas. Visto que a História da Banda do Paul Do Mar não se encontra em nenhum livro, a história é passada de boca em boca e contada por os mais velhos, pois são esses nomes que deve constar como referência da história da banda. Porém, a ideia está interessante mas o português não é o melhor, e as histórias das revalidades não é muito clara. Na minha opinião em vez de um Blog era muito melhor um site. Quem realmente criou o blog se tivesse orgulho do que fez dizia quem era e assumia a publicação do blog

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